Porque nem só de remédio se cura a hipertensão, é preciso muito
conversa e convívio.
As mãozinhas amassam a massa e pensam em outras
circunstâncias e quando se vê sai um sorriso. Daqui a poucos minutos estão
todos dividindo uma refeição. Muitos talvez nunca se viram, ali estão trocando
opinião.
Entre panelas e o fogão vai sendo promovido o cuidado. A
sabedoria das gerações diz que o doce precisa de uma pitada sal. Quem sou eu
para dizer que não.
Um cuida do outro, e cuidar cura a alma. Quando se percebe
não se fala mais de doença, mas sim das lembranças do Ceará ou do interior de
Minas, ou da roça ou de como mudou a vida.
Entre as facas, os olhares, muitos vivem sozinhos e a
solidão machuca, entretanto agora dividem por alguns instantes os talheres.
A culinária é revolucionária, porque o colesterol sozinho
não se senta a mesa. É uma ferramenta de aproximação da ciência e a prática.