terça-feira, 31 de julho de 2007

Férias? Nossa essa palavra foi abolida da minha vida há cerca de 36 meses. Nem ligeiras, nem perceptivas, nem sonolentas, simplesmente inexistentes. A vida atualmente anda a mil por hora, o trabalho me consome, a faculdade me consumia, o casamento me isolou do mundo exterior. Foram anos cheios de obrigações e sem muitas cores novas.

Agora estou eu aqui, ansioso pela chegada do próximo dia treze onde me reencontrarei com o tão esperado descanso, quinze dias de liberdade, maravilha! Até o momento, meu plano é não ter planos, deixar que esses quinze dias andem como desejarem, vou descer a correnteza da vida sem remar contra a maré, vamos ver onde vou parar.

Essa noite pela primeira vez sonhei com você. Lembro-me apenas do seu sorriso inconfundível e do barulho do mar, sou péssimo para lembrar dos meus sonhos, sempre me fogem estou muito preso à realidade. Mas certamente esse sonho prova o quão perto estou de você e o quanto meu inconsciente foi dominado pelas suas pestanas teatrais.

O desejo de te encontrar só aumenta, dia após dia. Já criei mil e uma fantasias, já decorei dezenas de textos, já imaginei milhares de situações. Mas reconheço que na hora “H” tudo será diferente. Essas coisas não se planejam, por isso apenas esperarei que aconteça, assim como minhas férias que estavam tão distantes, mas vagarosamente se aproximou e agora caminhamos lado a lado.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Acabaram as férias. As minhas férias queridas! Mal pude me despedir. Foram realmente ligeiras e com o frio que fez, permaneço alva como sempre.

Duas semanas renderam grandes percepções. Pensava em esticar os pés e dormir por umas quarenta e oito horas, mas logo que amanheceu o primeiro dia de folga, pulei da cama radiante. Era eu mesma quem havia acordado, cheia de vida e planos.

Eu bem que torci para que todos os dias fossem lindos, como aquele sábado. Parecia coisa de vinheta de novela das oito da Globo. Foi o único dia que consegui ir para Itacoatiara. Está certo que no dia seguinte tomei um ônibus para a praia do Sossego, mas o domingo não havia amanhecido como o findado sábado, que passou a ser candidato dos meus dias preferidos.

Meio nostálgica lembro dos quinze dias que me despertaram. Queria que me visse agora! Eu acordei com todos os meus adjetivos próprios, tenho a liberdade de dizer que são fidedignos.

Confesso que meus olhos são realmente curiosos. Gigantes e emoldurados por pestanas quase teatrais. Meu sorriso parece imenso visto do espelho.

Sinto-me tão feliz hoje! Sem pressa, sem fome, sem som, sem telefone... Não há nada demais acontecendo, apenas me reconheço, e gosto do que estou vendo. Torço para que veja o que eu vejo!

Assim como a chuva minha angústia foi embora, iniciando a semana como aquela manhã fria e azulada, deixando temporariamente minha mente livre para acreditar. O vento que corta a paisagem também soterra a fantasia, parece que estamos fadados a passar o resto de nossas vidas algemados por de trás de tantos pixels.

Não é pressa, é vontade, de te desvendar, de te conhecer e descobrir o que existe por trás daquele sorriso enigmático e o que habita dentro daqueles olhos curiosos. Tenho medo de não dar tempo, de tropeçarmos em alguma pedra no caminho e ficarmos presos pelo resto da vida, desperdiçando uma oportunidade que poderia ser recompensadora.

Não se assuste, não tenha medo, tampouco receio. Aceite a mão que te estendo e vamos juntos tentar desvendar alguns segredos desse mundo moderno.

sábado, 28 de julho de 2007

Você gera uma insegurança no ar. Sua “sexta-feira treze” aparece como um pedido de socorro.

A introdução que questiona já está pronta. Preciso interrompê-la e acenar, dizendo que estou na sua frente. Você só não me vê por que existe uma tela e uma Ponte. Nada disso impede nosso contato.

Confesso que a chuva me acalma. Eu fujo! Os pingos servem de desculpa para eu não te enxergar logo. Gosto da idéia de imaginar, de pôr mil dedos em sua mão, de inventar uma nova cor no cabelo. È bom brincar com a realidade quando se pode. Você não deveria ter tanta pressa, isso me assusta.

Ainda tenho planos de menina. Apesar do salto e do lápis que traça meus olhos, ir rápido demais contrariaria meu desejo.

Nessa sexta-feira - com silhuetas de treze – o dia amanheceu cinza e sonolento e assim permaneceu. A distância começa a incomodar meu desejo, as palavras que aproximam quase se perdem na ausência daquela referencia física. A ansiedade transborda em angústia e uma simples baia se expande ao além mar.

A fantasia supera a realidade, o frio emudece a cidade, é sexta-feira treze, não; é sexta-feira 27. Não consigo ser apenas ilusão, isso castra as possibilidades. Ilusões geralmente são quase perfeitas, eu não sou perfeito, sou humano. Quero mostrar meus defeitos, minhas imperfeições e poesias.

Respostas não solucionarão meus questionamentos, não existe história sem imagens, sem ação. Histórias reais transcendem cores monocromáticas por de trás de um vidro colorido. Prefiro as histórias reais, as biografias, àquelas que desnudam a vida como ela é. Contos e lendas nunca me encheram os olhos.

Sintetizando todo meu dia, dormirei com apenas uma pergunta sem resposta. Quando acabará a introdução dessa história?

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Acho ótimo saber que as perguntas não surgem apenas dentro de mim. Elas não me deixam claustrofóbica. Talvez seja bobagem articulá-las. Talvez seja certo não dizê-las.

Parecemos adolescentes sim. Eu ainda tenho a mocidade clamando por novidade, mas acho que pude realçar a vivacidade dos teus olhos, mesmo sem notá-los. Essa impulsividade não soa ser negativa.

Nosso Rio está às avessas. Esse frio não permite nossa praia. Fico tentando ver de onde o vento surge. Trinco os dentes para não ter que enfiar outro casaco, enquanto você esquece o seu e gela diante dos talheres.

O frio veta minhas andanças costumeiras. Sobra-me tempo para sentar e escrever. Ouço satisfeita Dave Mathews, preenchendo o descanso previsível das areias.

Quem sabe não fique tão clichê nos encontrarmos nas areias da bossa. Ipanema fica entre nós dois. Aposto que um entardecer entre os Dois irmãos renderia ótimos próximos parágrafos. Uma insinuação pertinente.

Esse desejo adolescente que me dominou soa como aqueles sonhos infantis onde tudo é perfeito. O incerto ainda predomina meus pensamentos, a vontade aumenta a cada palavra e a ansiedade devasta minha paciência como uma explosão atômica. Não sei onde tudo isso vai parar, as vezes queria ter o poder de enxergar seus desejos.

A distancia agora parece apenas física, psicologicamente esse rompante deve ser recíproco, afinal a curiosidade é inata ao ser humano. Será que na hora “H” tudo sairá como esperado, será que aquele sonho adolescente se tornará em uma história real? O número de perguntas ainda supera as respostas, essa descoberta às vezes parece uma tortura ditadora.

Por mim passaria dias te entretendo e na tua ausência teria a certeza de ser lembrado, mesmo que seja pelo meu papo furado. As tardes em a sua companhia, mesmo virtual, tornam-se dias mágicos e alimentam meu desejo e esperança. Será que algum dia sairemos de dentro dessa caixa luminosa, será que juntos aproveitaremos os dias de sol que ardem lá fora, ou aqueles dias de frio onde apenas sua companhia seria capaz de me aquecer?

Não posso ultrapassar a barreira da racionalidade e impor minha realidade sofista. Nesse momento o conceito de “carpe diem” deve reger minha consciência. Quem sabe se depois do latim não descubro o árabe “maktub”?

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Sem a menor sombra de dúvida a música completa a vida...

"Quando você piscou por mim o aroma, me despertou de um estado de coma.
Quando você partiu pra mim o embaraço, deu ferrugem nos meus nervos de aço.

Meus olhos de raio x cegaram de medo...
Pois tua alma é de chumbo e segredo

Quando você ciscou por mim, indecisa, eu fui a razão do riso da Monalisa.
Quando você sorriu pra mim um desejo, na hora "H" será como detonar a bomba do meu desejo? Meus olhos de raio x cegaram de medo...
Pois tua alma é de chumbo e segredo"

Hoje não vi uma palavra. Minhas tentativas de manter contato não deram muito certo. A vontade é de ter respostas imediatas e desvendar de vez o que procuro, estabelecendo um desejo único.
Minha audácia se repete no mimo de nada ser suficiente. Eu pretendo ter o mundo nas mãos e fazer diferente. Quero que me reconheça!
Digo isso entendendo que não saiba que forma eu tomo. Imagine que música eu escuto! Ensaie o que poderia sair da minha boca agora. Trate de inventar o que direi quando lhe ver, arranjando um tom que caiba nas suas expectativas.
Vez em quando algo me lembra você. Seu papo furado que me entrete na tarde vazia. Nem sei por que penso nisso. Agrada-me a idéia de quererem saber o que penso. Coisas do ego...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

“Atrevo-me a escrever para um estranho. Sem dedicatória nem nada. Torço para que faça algum sentido essas minhas palavras, se por ventura mais alguém quiser lê-las.
Alguém teimou em dizer que existe mistério em meu sorriso. Um desconhecido. Fiquei perdida durante a manhã tentando acreditar nisso. Será que minhas palavras fazem o mesmo efeito? Alguma vez conseguirei persuadir alguém lhe mostrando os dentes? Achei magnífica a possibilidade de caber todo um discurso dentro de um único gesto!

Nunca me fez bem falar. É uma tortura conseguir dizer o suficiente, poupar os mínimos detalhes. Ou ficava muda, encontrando ironia no silêncio, ou saia dizendo tudo como se fosse a primeira e única chance. Com o tempo aprendi que escrever é o mais conveniente. A modernidade fez com que fosse mais fácil abreviar tudo, sem reduzir o mais importante.

Diante da tela eu posso dizer que conheço o que não conheço. Posso ser atriz até mesmo dizendo a verdade. Diante desta possibilidade é que tenho a sensação que em breve serei intima de olhos desocupados, intrigados com o erro do emprego das minhas vírgulas...”


Aquelas palavras faziam um sentido avassalador diante da minha percepção. Desde que havia observado aquele sorriso deslumbrante fui abatido por uma sensação conhecida, mas que há muito tempo não emitia sinais. Abalado com uma conjunção de mistério, beleza e segurança que tornavam aquela imagem única esperava por alguma reciprocidade.

Talvez seu discurso tenha começado de forma tímida, o receio da incerteza ainda a deixava insegura. Ao mesmo tempo parecia uma pessoa muito desafiadora e de personalidade marcante. Quem era aquela menina? O que ela pretendia? E eu, para onde estava indo, o que estava escrevendo?

Certamente aquelas sentenças deviam ter muitos significados, as entrelinhas certamente estariam recheadas de revelações. Como o acaso poderia agir daquela maneira inesperada? Nesse momento começavam as suposições e expectativas. Aquela incerteza do descobrimento deixava meus pensamentos a mil, esperava ansioso pelas próximas linhas dessa historia. Afinal quantas páginas ou capítulos poderia render aquele caminho da vida?