sábado, 14 de junho de 2008

Acordou entre a caçamba de lixo e o meio fio. Estava largado, anestesiado pelo etílico que não o deixava acordar nem mesmo com o sol rachando as pálpebras.

Podia ouvir o roncar do estômago. Parecia um cretino, lerdo. Acordava com o barulho da fumaça entrando pelas narinas. Tossia como um tuberculoso.

Mimetizava com o asfalto, sujo como a calçada. As calças eram feitas de buracos de diversos tamanhos, em qualquer outro corpo faria sucesso, mas não havia pernas suficientes para preencher o vão do tecido gasto.

4 comentários:

Graziano Costa disse...

Eu gosto...

Gosto de pensamentos construídos no itinerário da angústia.

Amplexo:
Graziano Costa

Visite:
www.speculacoes.blogspot.com

Wander Veroni Maia disse...

É caríssimo, o álcool faz dessas coisas...hehehehe...rs

Gostei da proposta do blog!

Aqui, quero lhe convidar para passar no meu blog, o Café com Notícias.

Abcs,

=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com

Bronksey disse...

Tsc.. droga.
Bem que desconfiei da garota do outro lado da rua com um bloco e uma caneta na mão.

rsrsrs

Bons textos!

Leandro Ventura disse...

Consegui vivenciar a cena, sentir o cheiro da fumaça e o ardor do calor que você descreveu.

Estou com sede, volto logo...