quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Resolvi lutar pelos meus direitos. Quero beijar em público, andar de mãos dadas; nada mais que isso.

Saí na rua para conferir a Parada Hetero. Em um primeiro momento achei divertida a iniciativa, mas não contava com a surpresa. Em uma bela tarde de domingo, havia umas cem pessoas, e eu no meio do aglomerado reduzido. Senti-me tão sozinha.

Voltei para casa lamentando a solidão. O mundo era um arco íris e eu deveria me conformar com isso, reduzindo minhas demonstrações de amor explicitas.

Pensei que seria só esquecer essa história por algum tempo, mas as eleições chegaram. Depois do Guaragay eu poderia esperar por tudo, menos isso. Todos unidos jamais seriam vencidos. Em campanha, eu podia ver todas as cores no palanque. Eu perguntava o que havia de mais naquele homem de cabelos bem cortados e terno impecável. Ninguém me respondia com coerência, diziam ser um deles e bastava dizer isso.

Depois de eleito, vi meus direitos cerceados, minhas ações eram sempre pequenas, insignificantes. Os banheiros eram unisex, eu tive que aprender a usar o mictório contra a minha vontade, e usar calça até para dormir.

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