Sentada no banco mais alto do ônibus avisto o morro e seus barracos. Não chego a entrar em suas vielas ou passear por suas escadas, apenas observo o que não conheço nem critico.
Vejo fotos de vereadores expostas no alto e fico pensando que tipo de comida, roupa ou regalia o morador teve para expor aquele rosto sorridente e seus números.
O homem sorridente da foto só está em imagem, eu mesma nunca vi um de perto, acho as vezes que todos usam perucas e dentes postiços. Todos têm uma fina estampa que a realidade deve consumir.
È como um pesadelo, passeio na rua com a impressão de ser observada por todos os olhos de plástico. Torço para que a próxima chuva arranque todas aquelas cabeças, mas que não tapem os bueiros.
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