quarta-feira, 12 de março de 2008

Olhos assustados acompanhavam o corpo sendo carregado pela rua, depois mudavam de comportamento, virando para o lado em aversão.

As orelhas caídas ouviam insultos, risadas entre dentes. A mulher corria com o quase defunto envolvido nos braços, tentando achar socorro. Ninguém prestava auxilio, apontavam e ficavam ignorando a preocupação. Somente um mendigo elevou as sobrancelhas, como se sentisse compaixão.

O focinho pálido perdia os sentidos com o olhar fixo no outro lado da rua. Corria com outras pernas, parecia nunca chegar ao portão da clinica.

Deboches ficaram na calçada. Ninguém acatava salvar uma vida. Aprovaram a eutanásia. Nem um latido deu em permissão, taparam-lhe a boca com uma injeção.

2 comentários:

danielvellososite disse...

"Ás vezes eu me sinto meio inseguro
Que nem um vira-lata sem fé no futuro."

Meio que me lembrei dessa parte de uma música dos Racionais.

=*

André Ramalho disse...

Ola Cassia
vlw pela participação la no meu blog
agradeço os elogios
seja bem vinda sempre, embora com o inicio das aulas tenha andado meio desligado com as atualizaçoes
vejo q vc é uma grande apaixonada pela literatura
deixo aqui meu elogio em relaçao ao refinamento de sua escrita
tem algum meio para estabelcermos contato?
meu email/msn é andreqr@hotmail.com