sexta-feira, 7 de março de 2008

Quase caía. Debruçada na mureta da varanda, assistia o movimento da rua, seus carros e pedestres. Fazia muito esforço para ouvir o que se dizia quando passavam com gestos mais efetivos. Um gesticular diferente fazia despencar um dos brincos, tamanha a ousadia dos ouvidos em se esticar mais que a própria cabeça.

Enfeitada em seu costume de domingo, deixou cair seu brinco mais precioso. Correu atropelando os degraus, desrespeitando os corrimões.

O portão não se abria apesar de apertos frenéticos. De repente um som abria o clarão da tarde, além das frestas da grade. Já não adiantava correr, seu lápis-lazúli não tinha mais dono.

Um comentário:

daniel dos santos disse...

muito show as suas histórias...
vou ler sempre...
sou de Niterói também...
um beijo e fique com deus!