sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Sou bem ruim em muita coisa que faço. Mas em algumas eu consigo me superar. Por exemplo, guardar rostos (e associá-los a nomes).

No meio da semana que passou fui numa dessas festinhas que a gente tem que ir por conta do trabalho. Não me sinto confortável nessas ocasiões. Geralmente, encontro umas quatro ou cinco pessoas que eu conheço. E umas dez ou onze que me conhecem - mesmo sem eu ter a menor idéia de quem sejam.

Não é por mal. Talvez o excesso de “mate de latão” esteja acabando com a minha memória. Outro dia, para dividir uma conta no Plebeu, precisei lembrar de como se resolvia equação de segundo grau. Jamais acreditei que equações de segundo grau pudessem ter uso prático, mas foi uma situação meio específica. O fato é que eu não conseguia lembrar de jeito nenhum. Sequer soube dizer se tinha um "delta x" na fórmula. Fiz como sempre fazia nas provas de matemática e chutei "1" para x1 e "-1" para x2. Na confusão, o garçom acabou ficando com 234% de gorjeta, em vez dos 10% habituais.

Desde então, só vou para o bar com uma calculadora científica, embora não saiba como usar.

Mas não é isso que vem ao caso. O que importa é que, com essa memória fraquinha, também não guardo rostos. Normalmente, passo por antipático ou mal-educado, porque não reconheço as pessoas. Juro que não é a intenção. Por isso, se eu passar por você e não der um "oi", considere que 1. não sou míope, e 2. mas tenho memória fraca.

Desenvolvi, no entanto, uma técnica. Consiste em puxar assuntos que possam me dar dicas de quem é a pessoa que veio me cumprimentar. Coisas como:

- E aí? Ainda está na condicional?

Ou:

- Como é que vai o seu crocodilo de estimação?

Ou:

- Tem visto o pessoal do arremesso de chaleira?

Ou ainda:

- Já terminou de fazer o maior cesto de roupa suja do mundo?

Pode acontecer de a pessoa responder qualquer coisa nessas horas que me sirva de pista. Claro que isso nem sempre funciona. Nesse caso, tento um último recurso. Chamo a pessoa de um nome qualquer, na esperança de acertar. Em geral, tento "Demóstenes" para homens ou "Mafalda" para mulheres. Na verdade, eu não conheço muitas "Mafaldas". Mas sou fã das tiras do Quino.

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