sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Contrariando meu feminismo, exponho uma opinião frágil. Tenho que casar. O padre não me causa aflição, a sogra não me preocupa. Gostaria de desvendar os mistérios após o matrimônio.

Com o passar do tempo, a mulher é um adorno domiciliar. Cada aniversário um novo utensílio. Nada de perfumes ou lindos vestidos. Uma prática geladeira, uma batedeira útil. Objetos para lhe atar à casa.

Na lua de mel, uvas levadas até a boca, massagem com óleo de patchouli, hidromassagem e champanhe. Um spa com direito a luz de velas. Voltando para casa, os copos ainda estão na pia engordurada como os deixaram.

Ao receber visitas, só ela não nota como combina as roupas com as paredes da sala, as cores da sombra com o estofado do sofá. Seu sorriso vai se camuflando com a moldura do espelho, e então ela vira um monumento erguido na cozinha.

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