sábado, 3 de maio de 2008

Criei minha própria armação, para dizer que foi fácil me satisfazer e um dia assumir que foi um erro o medo de tentar.

Muitas vezes acordei com a impressão de ter o peso de mais de dez anos sobre os ombros, contrapondo ás vezes em que acho que vou viver mais de cem anos e a pressa não faz parte das minhas escolhas.

Flagro-me acuada por estar sozinha, sem ter a quem recorrer, sem ter amigas para confidenciar o que sinto, o que temo.

Foi bom te ver de novo, me perguntar se o divertimento é valido. Sinto que brinco comigo, não com o outro, meu corpo se contenta enquanto minha mente se embaralha sozinha.

Sempre fiz questão de estar sozinha, hoje não sei dizer se é certo achar sempre que tenho razão. Fico sozinha e dependente por mais que hesite que isso aconteça.

Ontem vi nos olhos de um outro homem uma ternura que há muito não me tocava. Não sabia se quer o seu nome, nem se ele realmente olhava para mim, ou se era o que eu gostaria que ele fizesse.

Temo trocar o prazer pela dúvida. Meu comodismo vai contra todos os meus princípios, não tenho o que perder. Tenho cem anos pela frente, gozar do presente parece ser assustador.

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