sábado, 10 de maio de 2008

Havia descido para tomar um café, com o pretexto de trocar uma nota de cinqüenta reais.

Foi bom andar de elevador, com uma maca comigo, melhor foi ver que ela estava vazia e mais alguém tinha ido embora; só não sabia dizer se saiu vivo, ou morto.

Fiquei um tempo na recepção, observando os poemas de Drummond colados na parede, combinando com a cor do sofá. Acho que quadros estão fora de moda, parece mais fácil colar adesivos e depois pintar por cima quando já estiverem ultrapassados também.

Desperdiço alguns minutos para frear meu pensamento. Tive vontade de perguntar de que forma a maca havia ficado vazia. Temi ouvir o que não queria. Não que eu temesse a morte, mas tenho mesmo curiosidade.e pudor ao mesmo tempo.

Com o dinheiro trocado, não sabia onde colocá-lo, sem ter bolsos no vestido. As notas de vinte reais (apesar de apenas duas) atraiam mendigos como se o dinheiro se multiplicasse
, como se um deles pudesse puxar uma delas, sem que eu notasse.

Eu mesma precisava de dinheiro, precisava voltar para casa, sem saber o porque. Dependendo do transporte público, tive que esperar por mais de meia hora por uma condução. Olhei para a bolsa, vi que havia esquecido o celular no quarto. Queria pedir para o motorista me esperar, mas tive vergonha de dizer tamanha infâmia.

Um comentário:

Igor Lessa disse...

Recentemente também peguei elevador com uma maca, mas essa, com uma senhora em cima. Eramos 4 e todos com todo o cuidado e pudores pela situação da mulher. Mas ela... Fez piada durante os 9 andares.
Tudo formas de encarar as coisas, acho...

Belo texto =]
Volte sempre! Podemos nos linkar! ;)

Até!

Olhando Pra Grama - Crônicas de um ansioso