segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Bush exibe uma espada oriental o contraste não me surpreende. A imagem é vendida em jornais. Em plena véspera de carnaval, parece conveniente mostrar um semblante caricato. Aquele sorriso me aterroriza; os olhos não se fecham, dando um tom de condenação a cada espécime diverso.

A política viaja o mundo. Acenos para platéias eufóricas, esperando um deslize no discurso. Após horas de pronunciamento de alguma forma existe um efeito de amnésia. Palavras ditas sem serventia. Mal me lembro da primeira saudação. Presto mais atenção ao murmurinho de início, me abasteço de esperança por o que quero ouvir.

Dentro de cada um perpetua uma vontade de estar no tablado, fazendo promessas por desejo, sem reconhecer o efeito que isso provoca. Tenho certeza que cada cidadão tem pelo menos um plano de cinco metas já feitas. Todos têm tendência à candidatura, por mais que negue.

Eu aprovaria aspirações mais internas. Seria a favor da pena de morte nos casos mais hediondos, para dar lugar aos outros crimes a serem cometidos. Teria lugar para todos os estupradores. Diria isso com um brilho nos olhos, enquanto os hipócritas estampariam a primeira capa com a minha alegria contrastante. Eu sofreria um impeachment antes mesmo de falar sobre a legalização do aborto.

Minha candidatura seria um fiasco, eu teria que fugir para Londres até que meu discurso criminoso fosse prescrevido, perdendo a validade. Eu traria suvenires passados pela alfândega, dizendo que minhas férias foram ótimas. Aguardaria a guarda nacional ser acionada pela tentativa de cumprimentar o novo presidente com um aperto de mãos, estendendo uma réplica do Big Ben.

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