sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O muro não acaba enquanto eu o observo. A única visão faz o trajeto ter quilômetros. Pura ansiedade. Trepadeiras no muro de concreto faz eu pensar o que grafitariam se não houvesse folhas ali.

Vozes rompem o silêncio. Celulares tocam e desnudam a personalidade em toques variados. Alguns discretos, apenas vibram.

Reflito sofre fatos banais. A espera me cansa, observo as janelas do carro. O fume do vidro exalta a silhueta, gestos em excesso. Na caminhonete a carga se agita, sacudindo e ameaçando cair. Acidente com sirene a caminho.

O trânsito pára, o muro não acaba. Sonho em pintá-lo de branco só para poder escrever para entreter a vista de quem passar, parando em cada incidente.

Nenhum comentário: