sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Perdi minha inocência. Dei-me conta desse processo a partir da frieza de meus atos. Calculo cada passo.

Projetando minhas reações percebo a medida certa da delicadeza. Mulheres devem ser doces e meigas, depois é fácil governar a direção.

Conversava com um amigo em um bar cheio. Tinha tanta fumaça no recinto que eu fumei passivamente a noite inteira. Eu lhe contava sobre a vida, sobre os planos que eu bolava. Eu desfiava as histórias e em seu desenvolvimento eu ia notando como eu fazia propositalmente meia dúzia de pessoas infelizes.

Descobri um monstro de batom e unhas pintadas. Eu conduzia cobaias para a beira da loucura, dizia que os amava e lhe jogava depois de um penhasco enorme. Os enlouquecia por dar o que eles queriam; uma gargalhada para piadas repetidas, um afago após um dia cheio, boa educação para as sogras.

Involuntariamente eu os confundo tirando tudo o que lhes havia dado. Talvez fosse um teste para ver se agüentariam meus acessos de loucura. Eu faço deles um brinquedo, gosto de vesti-los para despi-los, por puro orgulho e deletério. Faria o mesmo episódio se fossem mulheres?

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