quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Andar de ônibus é algo que consegue agitar meus neurônios. Não sei se é pelos carros que atuam como passageiros, ou se me projeto em outro plano, sentada sobre o banco com estofado colorido.

Passam ruas que não conheço o nome e pessoas que mal vejo o rosto. Ninguém nota a visão atenta por entre os vidros, então aprecio a cidade como se fosse minha.

A praia, a praça e a Baía informam o destino; as ruas sempre desembocam no mesmo lugar. Não há como se perder entre as vagas e lacunas na calçada.

Assusta-me quando o sinal fecha, e o malabarismo passa a ser apenas distração com o sinal verde indicando que acabara o espetáculo. Sentam-se os garotos com expressão de fome, provavelmente preferindo que as bolas fossem comestíveis.

Sigo o caminho dependendo do homem sério sentado no banco da frente, confiando que ele indique a direção certa e não erre o ponto.

Desço do meu trono espectador e perco a graça na pressa dos outros. Permaneço parada diante a faixa de pedestre e vou me perdendo na cidade que não mais me pertence.

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