domingo, 5 de agosto de 2007

Ela chegou, vagarosamente e despretensiosamente, nem bateu na porta. Saiu entrando sem pedir licença e se instalou como se estive em casa. Não estava errada, afinal estava voltando para casa, mas fazia tanto tempo que não tinha notícias suas que até havia esquecido que ela também morava ali, pelo menos uma vez por ano ela ficava ali por trinta dias, mas fazia anos que as férias não davam sinais de vida.

Como planejado dessa vez não tínhamos planos, a idéia era deixar fluir. Dito e feito começamos bem, indo de lá pra cá sem compromisso algum. Mas no final de semana é mais fácil afinal todos estão enlaçados com o feriado, todos estão no clima de festa e redenção. Amanhã que começa nosso cotidiano, espero que seja um casamento feliz.

No entanto todo esse alvoroço pouco adiantou, seu sorriso se esboça na minha imaginação muitas vezes por dia, todas as noites temos dormido juntos depois que seus olhos curiosos chegam. Quando acordo as lembranças se despendem e a frustração dá bom dia, a cama vazia é a prova real daquele sonho que não cessa.

Ao mesmo tempo, a pressa e a ansiedade estão cada vez mais distantes. Aceitar o timing da vida é uma arte, assim começo a pintar esse quadro relaxadamente. Afinal acredito no ditado que diz: o que tiver que ser será. Por isso vivo esse sonho de olhos bem abertos e pensamentos bem conscientes. Deve ser auto-proteção do meu inconsciente...

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